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Histórico do Forte de São Pedro

Erguido na Cidade Alta, em local escolhido pelos invasores holandeses em 1624 para erigir uma fortificação, as obras de fundação do Forte de São Pedro foram iniciadas no ano de 1627 em local próximo à Ermida de São Pedro.

 

Inicialmente de faxina e terra, artilhado com 35 peças, no Governo de António Teles da Silva foi refeito em pedra e cal (1646), na forma retangular, e sua artilharia aumentada para 45 peças de ferro e bronze, de diferentes calibres. Em 1661, no governo de Barreto de Meneses, foi determinada a construção da porta levadiça (frontispício) com pedra e cal em substituição à de madeira, em ruinas.

 

Em 1712 foi concluído o fosso (enterrado em 1905) e aumentada a contra-escarpa. O terreno no entorno do Forte é aplainado e, para isso, são expropriadas as terras da “Roça do Carcereiro” o que causou alguns questionamentos judiciais e só é resolvido anos depois com dinheiro do imposto sobre importação de escravos. A muralha é construída no governo do Marques de Ângela, em 1714.

 

O Forte é oficialmente inaugurado em 12 de agosto de 1723, pelo Conde de Sabugosa, D. Vasco Fernandes Cesar de Meneses, supremo dirigente do Império Oriental. Comemorando este fato, mandou colocar no frontispício uma lápide com os seguintes dizeres:

REGI OPTIMO MAXIMO JOANNI QUINTO, AD AETERNITATEM LUSITANIS NOMINIS NATO

VASQUIUS FERNANDES CESAR DE MENESES SUPREMUS REGNI ORIENTALIS ET DEIN

BRASILIENSIS PRO-REX, IN CERTUM BELLO AC PACE MAJOR, ASIA AC AMERICA FELICIOR,

HANC ARCEM VITRICIANIMO REDDIDT VALIDISSIMAM. ANNO DOMINI M.DCC.XXIII.

 

Em 1730, o Forte passa a ser utilizado como cadeia. Em 1763, a guarnição é aumentada e o aquartelamento recebe a primeira tropa regular. Em 1817 foi recolhido ao Forte o jovem militar que mais tarde seria conhecido como General Abreu e Lima. No final da década de 1810, retornou ao seu natural destino militar.

 

O Forte era responsável pela defesa do limite sudoeste da Cidade do Salvador, visando restringir o acesso ao Porto da Barra, batendo a Baia de Todos os Santos e o acesso por terra a Salvador, no que era apoiado pelo Forte de São Paulo da Gamboa, com o qual era ligado por trincheiras.

 

Durante seu longo período de existência, foi sede do 16º Batalhão de Infantaria (1877), da Auditoria Militar e do Estabelecimento Regional de Finanças (1931 a 1938), do 19º Batalhão de Caçadores (1939 a 1942) de onde saíram os primeiros “pracinhas” da Bahia para a Força Expedicionária Brasileira, do Estabelecimento Regional de Subsistência Militar da 6ª RM (1945), da 17ª Circunscrição do Serviço Militar transferida do Forte de São Joaquim (1975), do Depósito Regional de Subsistência da 6ª RM por transformação do ERS/6, e do 6º Depósito de Suprimento (1991) com a extinção de várias unidades de suprimento no âmbito da RM. Em 2016 é extinta a 17ª CSM e o Forte passa a abrigar a recém criada 6ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército. Por fim, em 2019, o Forte deverá receber a Seção Regional de Obras da 6ª RM.

 

O Forte de São Pedro recebeu em 08 de fevereiro de 1808, o Príncipe Regente D. João VI quando da chegada da família Real Portuguesa ao Brasil; em 09 de outubro de 1859, o Imperador D. Pedro II por ocasião de sua Inspeção Real nas províncias do Norte. No dia 02 de julho, por conta da inauguração da Exposição Nacional do Sesquicentenário da Independência, recebeu o presidente Emílio Garrastazú Médici.

Placas localizadas no túnel de entrada do Forte de São Pedro:

   

Destaca-se a participação do Forte de São Pedro em marcantes eventos da historiografia brasileira e da Bahia, como a Guerra de Independência do Brasil (1822) que terminou em 02 de julho de 1823 com as tropas nacionais sob o comando do Major Manuel Marques Pitanga, irmão do futuro Almirante Tamandaré, e tendo entre seus oficiais o jovem tenente Lima e Silva; em 1835 foi o centro da resistência contra a Revolta dos Malês; em 1837, no interior de suas muralhas, forja-se a Sabinada e, debelada a revolta, os líderes são presos no próprio Forte. Após este evento, é determinada a retirada das bocas de fogo do Forte. Em 17 de novembro de 1889, dentro do Forte, é proclamada a República na Bahia com a arriação do Pavilhão Imperial e hasteamento da Bandeira do Clube Republicano, que mais tarde seria escolhida como a Bandeira da Bahia, sob o comando do TC Frederico Cristiano Buys ao som de “La Marseillese”, que nas palavras do TC Buys, seria o “Hino da Liberdade de todos os povos”. Por fim, em 1912 o Forte participa do Bombardeio à Salvador juntamente com as tropas do Forte do Barbalho e do Forte do Mar. Atualmente o Forte de São Pedro é tombado pelo IPHAN.

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